8.06.2012

Dúvida:

O que vocês acham melhor: eu migrar pro tumblr - no qual eu vou ter mais facilidade de postar outras mídias quando texto não for suficiente - ou continuar no blogspot?

(De qualquer forma, vou postar mais. Prometo.)

7.02.2012

Às vezes eu não crio teorias. Eu simplesmente as enxergo, como arames transparentes por trás de discursos. Não sei se eu repetisse o discurso a alguém a pessoa veria a mesma teoria do que eu, ou qualquer coisa por trás dele de fato. Eu sei que frequentemente sou eu que sou ansiosa e fico com os padrões finos fixos em minha cabeça a ponto de, por sugestão, vê-los onde não estão. Então não sei se verifico se a ideia é verdadeira (mas é verdadeira, diabo), se esqueço-a porque sei que não posso fazer nada em relação ao que vi no momento, ou crio os meus planinhos pra encontrar uma forma de lidar com ela.

No final tudo se resume à mesma pergunta (fatal) de sempre: e agora?

6.05.2012


E. diz
deve ser legal hipnotizar pessoas que dizem que já foram abduzidas
ou que viram almas e

Ikuko diz
deve ser ruim
vai que eu descubro que é mentira?

4.24.2012

Há coisas que penso e que não sei descrever sem usar sinestesia. (Se é que, justamente por ser a única forma de explicar a coisa, deixa de ser uma figura de linguagem e passa a ser um sentido denotativo mesmo). Não quero ser pesada, por exemplo. Não gorda, pesada. Quando a forma de pensar tem sobrepeso, e você a carrega pela vida, nas costas ou arrastando-a pelo asfalto - o que te desgasta e te dói pelo atrito, por ser, afinal, parte sua. Tem os seus neurorreceptores anímicos de dor.

Sei que minha mãe sempre foi muito pesada. Desde criança, ela tentava me lembrar de tomar cuidado pra não me distrair com métodos bonitinhos de me lembrar da matéria da escola e acabar esquecendo da matéria propriamente dita, e eu nunca fiz isso. Sou distraída, mas não a esse ponto. Ela também não gosta de humor sarcástico, o que eu adoro. Isso faz parte do que chamam de 'levar tudo muito a sério', mas não é só isso que pesa nela. No início do ano, eu estava conversando com ela que queria me ser uma melhor aluna na faculdade, no que me sugeriu que eu fizesse uma 'carta de intenções'. A idéia era escrever uma promessa à mim mesma, comprometendo-me a me dedicar aos estudos, enumerando como fazer isso e dissertando porque eu tinha decidido fazê-lo, e andar sempre com ela comigo. Sugestão bonitinha, mas... desnecessária. Bastava o bom uso da agenda que ganhei de presente da minha melhor amiga. Pra quê ritualizar tanto?

Rituais são coisas que eu costumava fazer muito. Sabe, fazer algo mais pela 'licença poética' do que pela atitude em si. Cantar músicas tristes em situações tão tristes quanto não é somente catártico, é lindo. Não importa que eu desafine a cada três notas, possíveis ouvintes ou o simples fato de isso tentar embelezar uma situação muito ruim sem resolvê-la - é uma belíssima história de se contar. O que nos leva a outra coisa pesada: pensar demais no passado. Não falo em endeusar certos anos como se fossem perfeitos, ou  gritar pra quem quiser ouvir como eles foram o inferno temporal na terra (inferno que é, na verdade, uma linda comédia de humor negro porque eu sou uma pobre coitada engraçada). Simplesmente pensar nele demais. Dissecar suas partes e remontá-las, tentar prever o que teria acontecido se certas partes fossem substituídas e se isso seria bom ou ruim. Como se fosse possível fazer especulações precisas. A memória que tenho do ano que até hoje lembro como mais feliz da minha vida não é muito organizada; lembro de alguns eventos e da época deles, mas não do ano como uma história contínua - só lembro-me que fui feliz. Essa lembrança imprecisa, mas sempre existente, provavelmente é dessa forma porque é, sim, muito importante saber por onde se esteve e onde se está, mas é mais importante ainda saber para onde se quer ir. E era nisso em que eu me foquei naquele ano. Caminhar constantemente rumo ao progresso, às coisas boas que talvez a nossa mente não saiba ainda imaginar direito, mas saiba que sonha com elas (e sempre saber quais são seus sonhos, sempre!). E por isso, não faz muito sentido fazer algo só pela poética da coisa, a não ser que seja tão útil que possa logicamente (porque eu odeio 'racionalmentes' e até sentimentos têm a sua lógica) te ajudar ou aos outros a resolver o problema de fato, ou tão inútil que não faça muita diferença em existir ou não. Ponto pra cantar alto num lugar quase vazio, só pela catarse e pela oportunidade de treinar a voz ruim.

O meu medo é que muita leveza acabe me levando a ser menos intensa. Gosto de ter emoções fortes, de tê-las a ser defendidas, de tirar mais F que T no Myers-Briggs e de ser uma mulher marcadamente passional. Quero continuar sendo adicta da droga auto-gerada que é o meu sentimentalismo e viver tendo-o como minha bússola inseparável (o que não quer dizer que eu não caminhe pelas estradas da razão), mas sem que isso atrapalhe minha vida. Que eu não fique andando em círculos. Porque é como se o peso em excesso fosse uma âncora quebrada que nunca é completamente içada, mas a vida fosse como um rio, que flui. Mas barcos têm uma densidade conveniente e motor - até mesmo âncoras, desde que funcionais e capazes de facilmente se retrair ao convés - e dessa forma navegam. Como farei isso?

(E eu continuo me perdendo nas malditas metáforas.)
E pode ser que eu esteja muito próxima de ser feliz como desejei há tanto tempo, mas me vêm a insegurança de quem sabe que dará um grande salto direto no desconhecido, esse suspeito abismo...

3.25.2012

Estratégias, pessoas feridas, demarcação e proteção ao território. Por que usam a expressão 'no amor e na guerra', se o amor já é uma guerra?

3.09.2012

Hobbies.

Não tem jeito, acho que spoilers estragaram mais uma história pra mim. Eu achava que já tinha passado pelo pior depois de constatar que jamais conseguiria ler
O Caso dos Dez Negrinhos, da Agatha Christie, depois de uma amiga minha me fazer o favor de contar o assassino, mas agora foi pior. Não contaram antes de eu começar a assistir, e sim quando eu já estava na metade dos episódios. Aí eu fico na dúvida se continuo a assistir mesmo bored as fuck ou desisto, mesmo.

Pior é que eu tenho pena de largar Another, gostei tanto da forma de como o mistério é apresentado. O anime conta a história de um cara, o Sakakibara, que muda de cidade e começa as aulas na escola nova - derp, clichêzão - só que repara que tem algo de errado: a sala todinha, incluindo os professores, parecem ignorar a existência de uma aluna. Ela vai às aulas, mas ninguém parece perceber que ela está lá. Aí depois ele aprende que a turma em que ele estuda - não os alunos colegas dele, a turma em sim, 3-3 - tem uma história um tanto creepy: há 26 anos atrás uma aluna muito querida morreu, e a turma toda resolveu agir como se ela ainda estivesse viva - a ponto de conseguirem que a direção guardasse uma cadeira pra ela na cerimônia da formatura deles.

O que eu achei legal desde o começo era que cada episódio tem uma revelação importante, mas de uma forma que surpreende mais do que colabora pra possíveis teorias. Não precisa nem dizer que esse recurso me foi completamente estragado depois que o maldito do BRChan (eu frequento imageboards às vezes, me julguem) me fez o favor de contar o final. A princípio comecei a tentar usar o auto-engano: 'ah, esse pode não ser o final da light novel no qual o anime foi baseado, nãaao, pode ser só trollagem'. Mas, né, você acaba pesquisando pra ler as teorias dos outros e quando aparece um que acaba acertando (sem saber), e explicando por que acha isso, acabam-se os seus sonhos. O que ainda tem me encorajado a ver é a explicação de umas coisinhas que THANK GOD o spoiler maldito não disse, mas ainda assim desde que li esse spoiler parece que cada episódio se arraaaaaasta...

(edit: acabo de lembrar da existência do TVTropes e que vocês não precisavam ter lido o meu resumo meia-boca. Se interessar, a sinopse deles aqui.)
---

Por mais incrível que pareça, acho que aquela fase da SOPA/PIPA e deleção de sites de compartilhamento de arquivos (como nosso amado MegaUpload, deus o tenha) acabou por alimentar os meus vícios criminosos ao invés de diminuí-los. Não fosse por ele, eu não teria corrido atrás de torrents de todas as coisas que pude lembrar que queria ver e baixá-las antes que o FBI as tomasse do domínio da internerd. E, ao me lembrar da existência delas e de sua disponibilidade, acabei inclusive lembrando de vê-las, olha só.

Melancolia (filme) me decepcionou bastante, ainda que já tivesse lido que não era melhor do Lars von Trier. Resolvi dar uma chance por ter gostado bastante de Dogville, apesar de ser um bocado parado. Melancolia é arrastado ao cubo. Eu consegui aturar bem a primeira parte, achei a Justine uma personagem interessante. Agora, foi um esforço homérico aturar a da irmã dela - desisti já no finalzinho, e olha que eu odeio largar filmes pela metade - que nem é só da irmã dela, é mais o plot do filme no geralzão, pelo que eu percebi.

Seu von Trier se redimiu comigo quando vi Dançando no Escuro, com a minha nova diva Bjork. Ainda é parado, mas é lindo. Quase chorei com a cena de I've Seen It All - e olha que eu não costumo chorar com essas coisas. Mas não se enganem - essa música na versão do Thom Yorke ao invés do ator do musical mesmo é muito melhor.

Kamikase Girls (filme) foi o contrário de Melancolia: uma boa surpresa. Eu baixei só por ter uma lolita como protagonista, daí comentado em fóruns desse estilo, mas é uma história bem original e divertida por si só. Adoro como a Momoko descreve o mundo, 'oooh, quero ser uma diva do rococó também!' - não, não dá pra descrever direito, mas me identifiquei.

E como minha grande lista de entretenimento não se resume só a filmes, ando assistindo Natsume Yuujinchou. Recomendaria pra quem quer uma coisinha simples e divertida e/ou gosta de mitologia japonesa, o que é o meu caso. Ainda bem que eu tou quase terminando essa série, porque a partir de semana que vem a única coisa que eu vou poder ver são aqueles textos simpáticos de cem páginas pra faculdade. O resto da lista vai continuar a ser adiado, não tem jeito.

3.04.2012

Estou tentando voltar ao hábito de escrever. Por deus, não o faço há muito tempo, e parece que o meu estilo está enferrujado, apesar de imaginar que, quando falo em estilo, sôo mais pretensiosa do que nunca...

Não que eu não o seja.


x

Vontade de fazer mil trancinhas na cabeça, como se isso fosse dar um jeito na bleeeness. Bleeeh é como eu chamo aquelas crises de introversão em que a gente não tem vontade de fazer nada - principalmente falar com alguém - mas, ao mesmo tempo, não tem vontade de falar com ninguém. A versão atual desse tipo de humor combina bastante com o que estou ouvindo -Après L'Ombre e Sur Les Quais, do Les Discrets, uma das bandas obscuras recomendadas por alguém querido. Pena que não posso ouví-las em uma posição confortável, graças a um fone de ouvido curto demais. Ou fazer as trancinhas sem parar de digitar.